Transições na vida (Parte 2)


Os períodos de transição são épocas de alto risco, em que tudo parece desestruturado, dessujeitado, e necessitamos de fronteiras.
Nessas situações, temos medo  do presente e muito mais ainda do mundo por vir e tudo que este representa.
O autor aos hebreus não deixa de ser realista: Agora, porém, ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas (Hb. 2.8). Contudo, ele estimula a esperança. Esta é a atitude necessária na crise: reconhecer o conflito e, por outro lado, manter a confiança em Jesus Cristo, porque Ele é soberano em todas as circunstâncias.
Paulo afiança as raízes da congregação e fortalece o sentido de pertencimento. As etapas de transição são etapas de perda. É muito perturbador sentir-se subitamente desarraigado, arrancado do lugar. Em épocas de mudança, a necessidade de pertencer torna-se ainda mais aguda. Justamente porque eles ficaram sem casas, porque tiveram de sair de suas terras, o autor elabora este conceito tão reconfortante: nós somos a casa do Senhor.
Aqueles que tiveram de renunciar a tudo, aqueles que não sabem o que os espera no futuro, o apóstolo dá um sentido de pertencimento: vocês são a casa do Senhor!
Quando deixamos papéis e posições, ficamos com a sensação de haver perdido algo, de termos sido arrancados de nosso lugar.  Que consoladora, essa noção de pertencimento que o Senhor nos dá! O autor aos hebreus oferece um modelo: Ele nos mostra como Jesus vivenciou suas próprias transições. Jesus, sim viveu um transição violenta: da glária eterna para humanidade, vergonha e morte. Nosso Senhor aceitou as aflições, e dessa forma foi aperfeiçoado. ”Ao levar muitos filhos a glória, convinha que Deus, por causa de quem e por meio quem tudo existe, tornasse perfeito, mediante o sofrimento, o autor da salvação deles” (Hb. 2.10).
Com Jesus nós aprendemos que há proveito nas crises e que estas podem, inclusive, levar-nos a amadurecer. Na verdade, é impossível atingir a maturidade sem passar por experiências de transição.
Continuarei no próximo post.
Bispo Mário Porto

Um comentário:

Paulo Gomes disse...

Realmente as crises são necessárias para o nosso crescimento espiritual e amadurecimento na vida. Deus é Supremo e sabe como nos guiar por todos os momentos de dor que passamos. O mais confortante é que Ele sempre nos livrará de todas as nossas aflições e que Ele venceu o mundo.

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